Não estive lá
Fui longe
Não falo em culpa
Tão pouco em dor
Tentei
Procurei
Me esforcei
Mas meu silencio
Se mostrou em palavras desconcertadas
Falei muito, quase fiz promessas
Mas nunca estive ali
Meus ombros não carregaram esse peso
Tão longe
Não há quem eu possa enganar
Meus olhos gritam
E cada dia
Cada gesto
Você sempre soube
Nunca estive pronto
Há tempos que não pertenço a lugar algum
Vou na metáfora do barco
Minha casa é o oceano
Que existe em massa mas ninguém pode pegar
Que todos veem, mas não sabem onde termina
O oceano
Que a nós é dado conhecer apenas sua superfície
Navego pelas superfícies
E o que existe pra dentro nunca ninguém vai saber
Talvez até um dia alguém tenha chegado perto
Mas abraçou Iemanjá virou uma lenda e foi para o fundo do
mar.
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