Le..

Joli Rouge!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Isso...



O que um homem  não explica
O que dois homens não explicam
O que deveríamos perguntar a uma mulher
Mas desconfio que  também elas não saibam 

Essa coisa toda
Sem explicação
Vem tomando tudo
Derrubando gigantes
Chega discreta disfarçada de um desejo
E vira...
Vira simplesmente vira
Transtorna nossas mentes em um torpor
Enlouquece homens
Mata mulheres de alegria  

Isso que tomba toda razão 
Desfaz um ídolo
Corrói um monumento
Isso que ninguém sabe ao certo o que é
Nos faz sentir imortais e tão vulneráveis...
Isso...

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Uma nova estrela



Quando pensei ter ido ao chão
Uma estrela já tinha brilhado
Eu não percebi

Com a cara cheia de terra
Meu sangue escorreu
E  não senti dor

Quando tudo parecia sem luz
Minhas ilusões se disfacelavam
Era o último dos homens
Pulsando frio
Não era raiva
Não era nada
Um completo nada

Quando tudo parecia não ter sentido
Por um segundo
Exitei uma mudança
Quase cai na fraqueza
Encarando o  mundo dos homens

Mas eu sabia
Lá no fundo
Um filho seu nunca é abandonado
E por mais que tentasse entrar na lógica
Que há muito já havia deixado
Por mais que tentasse
No fundo eu sabia
Não era felicidade
Era qualquer outra coisa

No outro dia
Dormi o quanto pude
Acordei
No despertar sabia
Era eu e não ia mudar

Fui à casa de meu pai
Como que para escutar
Renovei meus votos

De novo o mundo se abriu
Estrelas brilharam em um céu escuro
Era tudo
Testar minha fé
Me mostrar uma verdade
Fazer com que largasse uma ilusão torpe

E voltei
Voltei melhor que antes!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Não estive lá


Não estive lá

Fui longe

Não falo em culpa

Tão pouco em dor

Tentei

Procurei

Me esforcei

Mas meu silencio

Se mostrou em palavras desconcertadas

Falei muito, quase fiz promessas

Mas nunca estive ali

Meus ombros não carregaram esse peso

 

Tão longe

Não há quem eu possa enganar

Meus olhos gritam

E cada dia

Cada gesto

Você sempre soube

Nunca estive pronto

Há tempos que não pertenço a lugar algum

 

Vou na metáfora do barco

Minha casa é o oceano

Que existe em massa mas ninguém pode pegar

Que todos veem, mas não sabem onde termina

O oceano

Que a nós é dado conhecer apenas sua superfície

Navego pelas superfícies

E o que existe pra dentro nunca ninguém vai saber

Talvez até um dia alguém tenha chegado perto

Mas abraçou Iemanjá virou uma lenda e foi para o fundo do mar.

domingo, 26 de agosto de 2012

Levanto as velas


E amanhã

Levanto as velas

Mais uma vez

Pra retomar

Com toda força

Aperto os pulmões

Enfrento o mar

Aprendi a passar por cima de tudo

Desde hoje

Desde ontem

Desde sempre

Não aprendi a chorar

Não aprendi a ter medo

E nem  sentir dor

Em algum lugar eu sei

Tudo isso existe

Em um buraco tampado com parafina

Mas do que importa

Se eu sempre poderei navegar

Sem olhar pra trás

Do que importa

Se o mar é infinito em tamanho

E como um rio sempre se renova

Do que importa

Eu largo tudo

Levanto as velas

Só desejo que amanhã

O vento seja melhor que hoje

A onda


A onda vem

Puxa tudo

Traz pra dentro

Até que um dia

Cospe na praia