Le..

Joli Rouge!

sábado, 12 de março de 2016

Navalha


Não pense que não doeu
Rasguei minha própria carne
Enfiei-me fundo na convicção
Eu não podia
Meus Deus...
Eu não podia!

Queria te fazer um som
Mirando o céu
Para que o dia só amanhecesse
Quando uma a uma tivéssemos contado todas as estrelas

Ah como eu queria
Estar ali...
E não deixar aquela parte
Os frames rodaram
Os melhores anos
Eu via o mar azul
Você era o oceano inteiro
Vou agora
Mergulhar na poeira

Afiei uma navalha
E pouco a pouco
Fui apertando contra a carne
Por mais que o sangue escorresse
E quisesse parar
Continuei a imprimir forças
Como? não sei
Me cortei
Fundo...

Arranquei fora
Todo o montante de pele e sonhos
Fui até o osso
E quando me encontrei comigo mesmo
Me conhecia bem
E não sabia
Se ia aguentar
Queria por tudo
Não me conhecer!

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